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Dica de Leitura: As Leis da Simplicidade
(Sugestão de trilha para ler esse post: Information Overload, do Living Colour)
Uma cena do primeiro Matrix me marcou demais.
Neo, deitado em uma cadeira que se assemelha à dos dentistas no deck lotado de máquinas da Nabucodonosor, é submetido a uma experiência fantástica, traumática e surpreendente, após ser resgatado para o mundo real.
Um conector é introduzido em uma interface localizada em sua nuca e através de um “upload” o operador instala programas e dados no sistema operacional do protagonista.
Em questão de segundos, Neo adquire conhecimentos e habilidades que talvez levassem anos ou décadas de muito treinamento se fossem adquiridos pela forma tradicional de aprendizado que todos nós conhecemos.
O grande questionamento é se atualmente essa forma instantânea – e obviamente fictícia – de obter conhecimentos infinitos em pouco espaço de tempo seria interessante e saudável para todo mundo. Um sistema assim era tudo o que muitas pessoas gostariam de ter.
Vivemos uma dinâmica acelerada, tanto no âmbito profissional quanto no pessoal, e isso é a normalidade adotada por todos, tornando-se senso comum em todos os grupos sociais.
No meu ponto de vista, essa sangria desatada da sociedade, sem uma justificativa plausível, promove uma superficialidade do conhecimento e de relações profissionais. Isso empurra cada vez mais os negócios para as seduções do modismo. O problema é que o modismo tem alcance global agora.
Pois bem, ao pensar nessa enxurrada de informações que produzimos incessantemente e a forma como lidamos com isso, algumas pessoas resolveram sugerir metodologias ou modos de pensar para conviver com um mundo altamente complexo em suas relações.
Um desses pensadores é o premiado designer gráfico, artista visual, cientista da computação, professor e fundador do MIT Simplicity Consortium, John Maeda, que nos presenteia com um livro sensacional entitulado As Leis da Simplicidade – Vida, Negócios, Tecnologia, Design.
O livro aborda a simplicidade como uma característica a ser adotada em busca da sanidade, não só no design como também nos negócios e na vida. O stress observado na busca insana e frustrada pela onisciência refletida nas possibilidades das interfaces dos objetos deu ao autor argumentos para traçar algumas diretrizes e orientações que têm o objetivo de balancear simplicidade e complexidade. Para precisar menos e ganhar mais.
Parece ser um roteiro na contra-mão do progresso. Mas quem disse que o progresso é para onde estamos todos indo?
Eu coloquei em prática algumas sugestões dele e posso garantir que houve uma mudança na minha qualidade de vida e, quem diria, na minha sanidade.
Bom, depois desses argumentos complexos que eu escrevi, o que o autor pretende dizer com esse livro é o seguinte:
“A simplicidade consiste em subtrair o óbvio e acrescentear o significativo”.
Viu como é mais sábio tornar as coisas simples?
